domingo, 11 de dezembro de 2011

SAÚDE - Pesquisa aponta problema na distribuição de médicos

Cezar Alves - Jornal de Fato

Mossoró - Na manhã de sexta-feira (9) havia quatro pacientes na fila por cirurgia na unidade de emergência/urgência do Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM), em Mossoró. Cenas assim não ocorrem somente nas cidades de pequeno e médio porte da região Nordeste, mas também é comum no Norte e no Centro-Oeste do país, o que não acontece nas regiões Sul e Sudeste, onde a concentração de médicos por habitantes é bem maior. Esse cenário ficou evidenciado em pesquisa elaborada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo (CREMESP). O trabalho recebeu o nome de Demografia Médica no Brasil (veja quadro) e tem como objetivo orientar os governos a desenvolver políticas públicas para melhorar os serviços médicos no país.

O doutor em Ciências Mário Scheffer, que conduziu a pesquisa, diz que o trabalho traçou um diagnóstico lógico indicando as fragilidades dos serviços médicos, que devem ser combatidas de forma pontual pelo governo. "Atualmente, a maioria dos médicos tem vínculos públicos e privados, cumprem carga horária de trabalho excessiva e acumulam vários empregos. A jornada de trabalho dos médicos é, em média, superior a 50 horas semanais e quase um terço dos profissionais trabalha mais de 60 horas por semana", escreveu.
Aldair Dantas

Os médicos atuam em média em três diferentes postos de trabalho, sendo que mais de 30% acumulam quatro ou mais locais. Esse cenário de concentração de profissionais nas capitais representa um massacre aos pacientes do interior dos Estados, como os quatro pacientes que precisavam de cirurgia na manhã de sexta-feira no HRTM, socorridos depois que um dos nove profissionais da cidade se dispôs a ajudar.

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